Agronegócios
05h40 29 Abril 2025
Atualizada em 29/04/2025 às 05h40

Capim-elefante da Embrapa ganha espaço na geração de energia renovável

Por Redação TV KZ

A cultivar de capim-elefante BRS Capiaçu, desenvolvida pela Embrapa para a pecuária leiteira, tem se destacado como uma opção viável para a geração de energia renovável. Com dez anos desde seu lançamento, o capim demonstra potencial técnico e econômico para utilização em diversas indústrias, incluindo cimenteiras, além de aplicações em bioenergia.

A planta pode produzir até 50 toneladas de matéria seca por hectare anualmente, um valor 30% superior ao de outras cultivares disponíveis. Essa alta produtividade despertou o interesse das indústrias e resultou em uma parceria entre a Embrapa e a Ciplan/AS para a criação de um protótipo teórico destinado ao uso da biomassa do capim em altos-fornos. Especialistas afirmam que o poder calorífico da BRS Capiaçu é competitivo em relação a combustíveis fósseis, como o coque de petróleo.

A viabilidade técnica e econômica para o setor cimenteiro está sendo confirmada em estudos, que também investigam o uso do capim na produção de biogás, biometano e etanol de segunda geração. O projeto Biograss, em parceria com o CNPq e a Bioköhler, é uma das iniciativas que avaliam a codigestão de sorgo e capim-elefante com resíduos de produção animal.

Além de sua atratividade para o mercado de etanol de segunda geração, a BRS Capiaçu se destacou na pecuária leiteira pela capacidade de produzir silagem de qualidade a um custo significativamente menor do que outras opções, como o milho ou sorgo, que podem ser até três vezes mais caros. A planta alcança alturas superiores a quatro metros e apresenta alto valor nutricional, especialmente quando consumida como capim verde.

Esta cultivar possui resistência ao estresse hídrico e geadas, o que favorece sua popularidade em diversas regiões do Brasil. No entanto, sua baixa tolerância a áreas alagadas exige um planejamento cuidadoso para seu cultivo.

Um produtor em Santo Antônio do Aventureiro, Minas Gerais, utiliza a BRS Capiaçu como base alimentar para suas vacas leiteiras e relata aumento na produtividade e redução de custos, considerando a planta um verdadeiro “divisor de águas” em sua produção.

Desenvolvida após 15 anos de pesquisa pela Embrapa, a BRS Capiaçu é cultivada em todo o Brasil e sua utilização como fonte de energia renovável evidencia a relevância de soluções agrícolas sustentáveis, tanto para a geração de renda quanto para a preservação ambiental.

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