A Casa Branca anunciou na última quinta-feira (20) a retirada de tarifas sobre 238 itens, beneficiando especialmente os setores de carne, café e frutas. Contudo, diversas mercadorias brasileiras ainda enfrentam a alta taxa de 50% imposta pelo governo Trump desde agosto. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, informou que 22% das exportações do Brasil para o mercado norte-americano continuam sujeitas a impostos adicionais.
A ordem executiva assinada por Trump reverteu a tarifa de 40% para um número considerável de produtos agrícolas de forma retroativa a partir de 13 de novembro de 2025, possibilitando reembolso para embarques feitos durante esse período.
Setores dependentes do mercado americano relatam perdas na competitividade e quedas nas vendas. Ao passo que o café verde foi isentado de taxas, o café solúvel permanece com a tributação total de 50%. A ABICS estima que as exportações para os EUA caíram mais de 52% desde a implementação das tarifas em agosto, expressando preocupações sobre a possibilidade de que produtos brasileiros sejam substituídos por alternativas de outras origens nas prateleiras americanas.
Outro segmento que permanece sem isenção é o de máquinas e equipamentos agrícolas. A Abimaq noticia que esse setor não foi incluído na nova lista de isenção, mantendo a sobretaxa e, consequentemente, dificultando a elaboração de contratos e o planejamento das exportações.
A lista das mercadorias que ainda sofrerão taxas é extensa, incluindo produtos do agro que eram significativos para as vendas no mercado norte-americano, como pescados e mel, que ainda são taxados em 50%.
Os efeitos negativos já podem ser observados nas exportações brasileiras de madeira, que despencaram em 55% após a implementação do tarifaço, conforme levantamento setorial. As indústrias enfrentam um ritmo reduzido e dificuldades na manutenção de contratos em um mercado sensível a preços.
A retirada das tarifas anunciada em 20 de novembro retornou vários produtos agrícolas ao mercado americano sob um regime semelhante ou próximo ao anterior ao conflito comercial. Apesar disso, a lista restante de itens ainda abrangente mantém a relevância para as exportações brasileiras, pois muitos produtos continuam a ser taxados. Entre os principais destacados, mencionamos:
De acordo com os cálculos oficiais do MDIC, o valor exportado sujeitos a tarifas adicionais alcança US$ 8,9 bilhões no fluxo entre Brasil e EUA. O governo considera que a indústria é o setor mais vulnerável, dado que enfrenta dificuldades em redirecionar vendas para outros mercados.
Alckmin afirmou que as negociações continuam, evidenciando a busca de novas exclusões para produtos brasileiros. O Planalto enxerga a redução de tarifas como um avanço significativo desde agosto, embora reconheça que o impacto sobre as cadeias produtivas ainda é considerável.