Agronegócios
13h40 16 Maio 2025
Atualizada em 16/05/2025 às 13h40

Gripe aviária em granja brasileira: quais os riscos para a saúde?

Por Victória Ribeiro Fonte: Estadão Conteúdo

O Brasil registrou, pela primeira vez, a circulação do vírus da gripe aviária em uma granja comercial. A confirmação foi divulgada pelo Ministério da Agricultura na quinta-feira, 15, após a detecção do vírus em uma granja especializada na produção de ovos férteis (matrizeiro) em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Desde 2006, o vírus da gripe aviária circula principalmente em países da Ásia, Europa e América do Norte. Em resposta ao caso, o governo decretou estado de emergência zoossanitária em Montenegro por 60 dias, com restrições em um raio de 10 km ao redor da granja afetada. Uma medida semelhante, válida para todo o território nacional, já estava em vigor desde abril, devido à circulação do vírus em aves silvestres.

Apesar da preocupação natural, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, afirma que a situação não é motivo para pânico. "A confirmação do vírus não indica uma situação fora de controle. Pelo contrário, mostra que a vigilância sanitária está funcionando e conseguiu identificar o problema rapidamente."

Ela ressalta que o estado de emergência é uma medida protocolar, que visa a ampliar o monitoramento e as ações de prevenção.

Além disso, a especialista garante que não há motivo para evitar o consumo de ovos ou carne de frango. Isso porque o vírus da gripe aviária não resiste ao calor, portanto, carnes e ovos bem cozidos são seguros e não transmitem a doença.

"A recomendação principal é evitar o consumo de produtos crus ou mal cozidos - ovos fritos com gema mole entram nessa lista -, uma precaução já comum para prevenir outras infecções alimentares", diz Isabella.

Com relação à transmissão para humanos, a especialista reforça que ela é extremamente rara e está associada ao contato direto com aves contaminadas. "Esses casos ocorrem, geralmente, em situações de convívio próximo com galinhas ou outros animais infectados. Por isso, além da vigilância sanitária, é fundamental que trabalhadores expostos utilizem equipamentos de proteção, como máscaras."

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