A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) avalia que as tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre determinados produtos brasileiros fragilizam as relações econômicas e comerciais entre os dois países, "afetando negativamente a competitividade de suas empresas, o emprego de seus trabalhadores e o poder de compra de seus consumidores".
A instituição diz defender que "divergências comerciais sejam resolvidas pela intensificação do diálogo construtivo em alto nível, com o objetivo de preservar e ampliar a parceria e a cooperação econômicas", em nota enviada nesta tarde.
A nota cita ainda que 86% das empresas avaliam que eventuais medidas de reciprocidade por parte do Brasil tenderiam a agravar as tensões bilaterais e reduzir o espaço para negociações, conforme pesquisa conduzida pela Amcham de 24 a 30 de julho.
Eventuais retaliações também trariam potenciais efeitos negativos sobre setores que dependem de insumos, tecnologias ou equipamentos americanos, bem como prejuízos à imagem e à segurança jurídica do Brasil como destino de investimentos e negócios, diz o levantamento.
A mesma pesquisa mostra que mais da metade das empresas exportadoras no Brasil estimam que o aumento tarifário poderá resultar na interrupção total ou acentuada (superior a 50%) das vendas para os Estados Unidos.
"A Amcham Brasil reafirma seu compromisso histórico - de mais de um século - com o fortalecimento das relações bilaterais e se coloca à disposição dos governos de ambos os países para colaborar na construção de uma solução mutuamente satisfatória", diz.