O dólar recua ante o real no mercado à vista com sinais de continuidade do movimento de realocação de ativos internacionais após os fracos dados de criação de empregos no setor privado americano em abril, sob impacto das tarifas dos EUA. O recuo de petróleo e minério de ferro assim como dos PMIs chineses abaixo do esperado em abril limitam a recuperação do real. Investidores locais avaliam também os dados do setor público, de crédito e uma aceleração leve na taxa de desemprego no País em março.
No mercado futuro, a moeda americana tem viés de alta, com a intensificação das rolagens de contratos futuros em dia de definição da última taxa Ptax de abril.
Nos EUA, o setor privado dos Estados Unidos criou 62 mil empregos em abril, segundo a ADP, resultado acima das expectativas dos analistas da FactSet, que previam 134 mil.
A taxa de desocupação no Brasil foi de 7% no trimestre encerrado em março, conforme o IBGE, em linha com as expectativas do mercado. O índice ficou abaixo dos 7,9% registrados no mesmo período de 2024, mas acima dos 6,8% do trimestre anterior.
O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 3,588 bilhões em março, o maior para o mês desde 2022, e um déficit primário de R$ 13,474 bi em 12 meses até março (0,11% DO PIB), segundo o Banco Central. O resultado mensal superou as expectativas do mercado de superávit de R$ 600 milhões, e contrasta com o déficit de R$ 18,973 bilhões em fevereiro.
O Ministério de Minas e Energia aprovou um aumento de 57% no orçamento do programa Luz Para Todos, que passará a contar com R$ 4,3 bilhões em 2025, frente aos R$ 2,5 bilhões destinados no ano passado.
Em meio à guerra comercial com os EUA, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou que é urgente desenvolver novos motores de crescimento econômico diante dos impactos das tarifas dos EUA, destacando que indústrias emergentes, como a de inteligência artificial, terão prioridade no próximo plano quinquenal para substituir setores tradicionais como o imobiliário e o industrial.