15h54 09 Dezembro 2019
Atualizada em 09/12/2019 às 15h57

Casal de brasileiros escapa de vulcão que matou ao menos 5 pessoas

Por Estado de Minas e AFP
Reprodução - Instagram
Allessandro Kauffmann e Aline Moura deixaram o vulcão 10 minutos antes de erupção

Um casal de brasileiros escapou por pouco da erupção de um vulcão na Ilha Branca, na Nova Zelândia que matou ao menos cinco pessoas nesta segunda-feira (9).

"Coisa mais louca da nossa vida acaba de acontecer", narrou Aline Moura no Instagram. "Térrivel, terrível", disse Allessandro Kauffmann.

"A gente passeou no vulcão uma hora e pouco. Dez minutos depois que a gente deixou (o vulcão) e entrou no barco, o vulcão entrou em erupção", relatou Aline.

O casal, que vive na Austrália, contou que depois da erupção, o barco deu uma volta na ilha na busca por sobreviventes. "Não sei se todo mundo conseguiu sobreviver. A gente vai ver o que aconteceu aqui. A gente só espera que ninguém esteja machucado nem nada. Graças a Deus a gente está bem", contou Aline Kauffmann, ao lado do marido Allessandro Kauffmann.

Além dos cinco mortos, 18 pessoas ficaram feridas e 10 estão desaparecidas. 

Segundo a polícia, quase 50 pessoas visitavam a Ilha Branca quando ocorreu a explosão, que lançou uma grande quantidade de cinzas e pedras no ar.

Os mortos "são os cinco que foram resgatados da ilha mais cedo", disse o vice-chefe de polícia John Tims.

Tims acrescentou que 18 pessoas estão recebendo atendimento médico, incluindo alguns com queimaduras graves, e que não houve contato com outro grupo de pelo menos 10 pessoas que permaneceu na ilha após a erupção.

"Não sabemos ao certo o número exato deles e não temos certeza de seu estado", disse Tims.

A Ilha Branca está localizada a cerca de 50 km da costa da baía turística de Plenty, na ilha norte da Nova Zelândia, e os viajantes que amam o turismo de aventura costumam visitá-la, com capacetes de segurança e máscaras de gás, para se aproximar do vulcão.

A erupção ocorreu às 14h11 (22h11 de domingo no horário de Brasília), lançando uma coluna de cinzas espessa de 3,6 km no ar.

Ao anoitecer, a atividade vulcânica torna as tentativas de resgate muito perigosas, alertou Tims.

"A ilha é instável, existe o risco de futuras erupções, é fisicamente perigoso retornarmos à ilha".

"Eu tenho que levar em conta a segurança de nosso pessoal e das equipes de resgate", acrescentou.

Imagens exibidas ao vivo do vulcão mostravam mais de meia dúzia de pessoas caminhando ao longo da borda da cratera antes da erupção, antes de a transmissão ser interrompida.

Muitos turistas "estavam dentro ou ao redor da ilha, e o rastro de alguns foi perdido", disse à imprensa a primeira-ministra Jacinda Ardern.

"É uma situação em evolução e, é claro, todos os nossos pensamentos estão com as pessoas afetadas", acrescentou.

Segundo ela, alguns dos turistas seriam estrangeiros.

Fumaça branca

O vulcão da Ilha Branca é o mais ativo do arquipélago da Nova Zelândia, de acordo com a agência governamental GeoNet.

Cerca de 10 mil turistas o visitam todos os anos. Registrou erupções frequentes nos últimos 50 anos, a última em 2016. Este ano, um contêiner de 2,4 toneladas foi levado para a ilha, de avião, para ser usado como refúgio em caso de erupção.

A Agência Nacional de Gerenciamento de Situações de Emergência declarou que a erupção vulcânica foi "moderada". Uma espessa fumaça branca podia ser vista a vários quilômetros de distância.

Os sobreviventes foram levados da ilha para o continente em embarcações turísticas, enquanto vários helicópteros e aviões sobrevoavam a região.

Foram encontrados quatro turistas e um piloto que haviam visitado a ilha de helicóptero. Eles tinham aterrissado na ilha pouco antes da erupção, de acordo com a empresa Volcanic Air.

"Não sabemos o que aconteceu depois, mas sabemos que os cinco retornaram a Whakatane (cidade localizada a cerca de 50 km da ilha vulcânica) em um dos barcos turísticos", declarou um porta-voz da empresa à AFP.

Michael Schade, um turista que conseguiu sair a tempo, gravou algumas imagens da tragédia.

Seus vídeos mostram grupos de turistas assustados agrupados na costa, esperando para serem evacuados, enquanto o chão ao redor deles queima e o céu está coberto de fumaça.

Muito perto deles, um helicóptero danificado coberto de cinzas.

 

VEJA TAMBÉM