Política
22h10 25 Maio 2025
Atualizada em 25/05/2025 às 22h10

Venezuela: eleições de governadores e deputados têm aparente baixo comparecimento

Os venezuelanos, ainda se recuperando do resultado da eleição presidencial do ano passado, não responderam neste domingo (25) aos apelos do governo para votar em legisladores, governadores e outras autoridades. Isso deixou os centros de votação praticamente vazios em alguns momentos e colocou as autoridades na defensiva.

A eleição, que a oposição pediu à população para boicotar, é a primeira a permitir ampla participação eleitoral desde a disputa presidencial do ano passado, que o presidente Nicolás Maduro alegou ter vencido, apesar das evidências em contrário. Ela ocorre dois dias depois de o governo ter detido dezenas de pessoas, incluindo um importante líder da oposição, e as ter associado a um suposto complô para impedir a votação.

Durante todo o dia, membros das forças armadas superaram em número os eleitores em muitos centros de votação na capital, Caracas, onde não se formaram filas do lado de fora, em forte contraste com o entusiasmo da eleição presidencial de 28 de julho, quando algumas pessoas esperaram durante a noite nas filas, que se estenderam por quarteirões.

"Não vou votar", disse o caminhoneiro Carlos León, de 41 anos, parado perto de uma seção eleitoral às moscas no centro de Caracas. "Não acredito [na autoridade eleitoral]. Não acho que eles respeitarão o voto. Ninguém esquece o que aconteceu nas eleições presidenciais. É triste, mas é verdade."

A participação eleitoral, aos olhos da oposição, legitima a reivindicação de Maduro ao poder e o aparato repressivo de seu governo. Uma pesquisa nacional realizada entre 29 de abril e 4 de maio pela empresa de pesquisa Delphos, sediada na Venezuela, mostrou que apenas 15,9% dos eleitores expressaram alta probabilidade de votar no domingo.

Destes, 74,2% disseram que votariam nos candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e seus aliados, enquanto 13,8% disseram que votariam em candidatos associados a dois líderes da oposição que não estão boicotando as eleições.

Fonte: Associated Press

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