Pelo menos 50 palestinos morreram neste domingo, 14, em novos ataques do exército israelense contra diferentes partes da Faixa de Gaza. Em um deles, um drone atingiu um ponto de distribuição de água no centro da região palestina. Israel admitiu um "erro técnico".
Os bombardeios israelenses de ontem ocorreram na Cidade de Gaza e nos campos de refugiados de Khan Yunis e Nuseirat, onde ficava o local de busca de água.
O governo de Binyamin Netanyahu afirma que a ofensiva militar busca libertar os reféns israelenses e expulsar o Hamas da região. Enquanto isso, delegações do grupo terrorista e de Israel negociam, em Doha, um cessar-fogo para o conflito.
Segundo Rami Al-Shrafi, médico do Hospital Al-Awda, os palestinos costumam se reunir pela manhã nesse ponto de repartição de água, pois muitos moradores da área, deslocados de suas casas, não têm serviço regular de distribuição ou saneamento. "Parece que o projétil caiu ali e os atingiu diretamente", disse Shrafi.
Questionado sobre o ataque em Nuseirat, o exército israelense afirmou que um "erro técnico" fez com que um drone - que tinha como alvo um terrorista da Jihad Islâmica - caísse a dezenas de metros de distância do alvo. Em nota, o exército disse que "está ciente de que houve vítimas" e acrescentou que o incidente estava sendo analisado.
Ao menos 20 pessoas foram mortas no local, segundo autoridades de saúde do enclave, comandadas pelo grupo terrorista Hamas. O médico Marwan Abu Nasser, diretor do Hospital Al-Awda, disse que os corpos das vítimas e mais de uma dúzia de feridos foram levados ao hospital após o ataque.
Horas depois, outro ataque em um cruzamento movimentado na Cidade de Gaza deixou ao menos 12 mortos, segundo a Defesa Civil de Gaza. Fadel Naim, médico do Hospital Árabe Al-Ahli, disse ter recebido várias vítimas do ataque. Ele acrescentou que Ahmad Qandil, também médico do hospital, estava entre os mortos.
O exército israelense informou, em comunicado separado, que sua força aérea atacou mais de 150 alvos em toda a Faixa de Gaza entre sábado e ontem, incluindo depósitos de armas e postos de atiradores.
Um bombardeio no campo de deslocados de Al Mawasi, no sul de Gaza, deixou três mortos.
Os ataques na região palestina são parte da guerra que já dura 21 meses e começou após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram 1.200 mortos e resultaram no sequestro de 250 israelenses. Desde então, mais de 58 mil pessoas foram mortas em Gaza, segundo autoridades palestinas. No último mês, mais de 20 soldados israelenses foram mortos em Gaza. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.