O governo da China reafirmou nesta quarta-feira, 18, que manterá a taxa de câmbio do yuan "basicamente estável em níveis razoáveis e equilibrados", em um contexto de maior volatilidade nos mercados globais. A declaração foi feita pelo vice-presidente do Banco Popular da China (PBoC) e diretor da Administração Estatal de Câmbio, Zhu Hexin, durante discurso em evento em Xangai.
Segundo comunicado da instituição, o mercado cambial chinês tem se mantido estável mesmo após os "choques severos" que atingiram a economia internacional desde abril. De acordo com Hexin, o yuan se valorizou 1,6% frente ao dólar desde o início do ano, mantendo "estabilidade em relação a uma cesta de moedas".
A autoridade destacou que há fundamentos sólidos para preservar essa estabilidade, incluindo a recuperação contínua da economia chinesa, o equilíbrio do balanço de pagamentos e a maior resiliência do mercado cambial. Cerca de 30% das receitas do comércio exterior já são denominadas em yuan, e empresas vêm usando cada vez mais instrumentos de hedge cambial, disse.
Em linha com o compromisso de abertura, o governo pretende "promover a liberalização institucional de alto nível" do câmbio e facilitar o investimento estrangeiro, com medidas como "flexibilização de registros, otimização de cotas de dívida externa e expansão do acesso ao mercado cambial".
O comunicado ainda detalha ações para melhorar a segurança regulatória e ampliar o uso de tecnologias como inteligência artificial (IA) e big data. Entre as próximas iniciativas, estão o apoio a empresas de tecnologia no financiamento transfronteiriço e a implementação de políticas inovadoras nas zonas de livre comércio.
A construção de Xangai como centro financeiro internacional segue como prioridade estratégica. Para Hexin, a cidade já possui "a estrutura de mercado mais completa e o mais alto grau de abertura financeira do país".