Seguindo os passos da primeira temporada, o segundo ano de DNA do Crime segue liderando o ranking de séries mais vistas da Netflix no Brasil desde o seu lançamento, em 4 de junho. O sucesso da série, que monta sua ficção com inspiração em casos reais, poderia até se encaixar na popularização do gênero de true crime. Mas, para os criadores da produção, a curiosidade do público pela "modalidade brasileira" de crime trazida pela história pode ser o principal fator por trás do sucesso.
"Boas ficções têm um pé no real", afirmou Heitor Dhalia, roteirista e showrunner de DNA do Crime, em entrevista ao Estadão. "Acho que, no caso específico do Brasil, [...] a criminalidade chegou num nível tão impressionante que as histórias são impressionantes."
"Essa série trata um pouco do domínio de cidade [que] é uma modalidade brasileira. "Não existe em nenhum outro país uma referência a um tipo de crime que paralisa uma cidade ou um pedaço dela. E que subjuga as forças de segurança pelo poder bélico", disse o roteirista.
Diretor da série, Manoel Rangel concorda com o colega e vai além. Para ele, embora o brasileiro viva esses crimes como vítima ou espectador, há um desejo de entender o funcionamento do mundo criminoso. "[Consumir true crime traz] também a possibilidade de você vivenciar uma experiência, naquele momento, de algo que você, em sua vida, não fará nunca. Por conta de um código ético, por conta de uma conduta moral e do teu lugar na sociedade. Então, acho que isso desperta uma curiosidade profunda."
Para o cineasta, que também trabalhou em Maria e o Cangaço, Grande Sertão e A Batalha da Rua Maria Antônia, os detalhes por trás do crime organizado, que foram levados à produção por ex-integrantes do crime reformados, é "um território carregado de conflito, carregado de drama", que naturalmente desperta o fascínio do público.
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As duas temporadas de DNA do Crime estão disponíveis na Netflix.