Economia
10h50 20 Dezembro 2025
Atualizada em 20/12/2025 às 10h50

Chanceler brasileiro Mauro Vieira diz esperar poder assinar acordo com UE

Por Caroline Aragaki, enviada especial, e Flávia Said Fonte: Estadão Conteúdo

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse esperar que seja atingido um acordo entre Mercosul e União Europeia, após frustração da assinatura prevista para este sábado, 20. O chanceler falou depois de breve declaração inicial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sessão plenária da 67ª Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR).

"Esperamos poder assinar o acordo com a União Europeia após mais de duas décadas de negociação", disse Vieira.

Citando também o acordo assinado pelo Mercosul com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta), em setembro deste ano, ele disse que os dois acordos são importantes para acesso ao mercado europeu.

"Com ambos (UE e Efta), esperamos não só ganhar acesso facilitado ao vasto mercado europeu, mas também integrar nossas empresas às cadeias europeias de valor e atrair importantes fluxos de investimentos daquele continente".

Ao relatar os seis meses da presidência pro tempore brasileira no Mercosul, Vieira disse que o País trabalhou para consolidar a união aduaneira, por meio do fortalecimento da política tarifária. "Trabalhamos pela unidade do Mercosul na frente externa em momentos de proliferação de medidas unilaterais que fragilizam o comércio internacional", prosseguiu.

Durante a presidência brasileira, Vieira disse que também foram priorizados avanços para a inclusão dos setores automotivo e açucareiro no bloco. "Reporto com satisfação a boa evolução das negociações para um acordo automotivo do Mercosul e a conclusão de termos de referência para a realização de estudos sobre o setor sucroalcooleiro na região"

Vieira ressaltou a apresentação da proposta brasileira para o programa Mercosul Verde, que busca articular e dar visibilidade às políticas de sustentabilidade dos países, consolidando um marco regional de cooperação em agricultura de baixo carbono.

"Trata-se de iniciativa que reforça nosso compromisso com a transição energética e o enfrentamento das mudanças climáticas, conciliando desenvolvimento econômico com a responsabilidade ambiental", defendeu.

Outros acordos

No que diz respeito aos parceiros sul-americanos, o chanceler Mauro Vieira afirmou que a presidência pro tempore do Brasil deu continuidade ao processo de aperfeiçoamento dos acordos comerciais do bloco com o Chile e a Colômbia.

"Com o lado chileno, acabamos de concluir a terceira reunião da Comissão Administradora do Acordo de Libro Comércio Brasil-Chile", relatou.

A respeito de outros acordos, Vieira falou que presidência pro tempore brasileira também envidou esforço para a conclusão das negociações do acordo de parceria econômica abrangente Mercosul e Emirados Árabes, lançados em 2024. "Seguimos empenhados em fechar um pacote final o mais breve possível".

E lembrou que em outubro foram relançadas as negociações com o Canadá. "Há expectativa de ambas as partes em que as negociações se concluam ainda em 2026."

Com a Índia, ele citou tratativas para expansão do acordo de comércio preferencial. "Trata-se de uma ampliação necessária, uma vez que nosso atual acordo cobre somente 450 linhas tarifárias de cada parte. Também buscamos avançar no diálogo com o Japão", completou.

Ele ainda destacou a abertura de novas frentes negociadoras, como o Vietnã, "importante parceiro econômico para o Mercosul". "Assinamos nesta cúpula declaração conjunta para o lançamento das negociações de acordo de comércio preferencial com o Vietnã, o que aumentará o acesso do Mercosul a essa importante economia do Sudeste Asiático."

Por fim, ao citar fóruns de combate ao crime organizado transnacional, com foco na melhoria da segurança pública da região ("prioridade em vários de nossos Estados"), Vieira disse que a participação dos Estados associados torna o bloco "mais forte e efetivo.

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