As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024 causaram impactos de curto prazo na inflação do Estado, mas esses efeitos foram quase totalmente devolvidos já em junho. Além disso, os preços na região subiram menos do que no restante do Brasil entre maio e dezembro. A conclusão é de um box do Boletim Regional do Banco Central, publicado antecipadamente nesta quarta-feira, 21.
Segundo o estudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Porto Alegre foi 0,41 ponto porcentual maior do que a inflação nacional em maio. No entanto, a taxa regional ficou 0,35 ponto abaixo da brasileira em junho. No acumulado de maio a dezembro, a alta de preços na capital gaúcha foi 0,6 ponto menor do que a do agregado do País, destaca a autarquia.
Os preços de alimentos, que subiram com força logo após as enchentes, também passaram a avançar com menor intensidade no restante do ano, inclusive com deflação entre julho e setembro. O arroz, que sofreu impactos por atraso de distribuição após as enchentes, caiu no segundo semestre, beneficiado pela normalização da logística e pelas perspectivas de uma safra forte em 2025.
Os preços de bens industriais caíram já em maio, com comportamento heterogêneo: alta mais forte em itens como artigos de limpeza, e variações mais modestas em veículos novos e artigos de residência, por exemplo. No restante do ano, esse comportamento se inverteu, com queda nos preços do primeiro grupo e alta mais forte no segundo.
O mesmo ocorreu nos preços de serviços, com queda na demanda por restaurantes, academias e estacionamentos logo após a enchente, ocasionando uma variação mais modesta nos preços. Com a recuperação do RS, os preços de serviços passaram a crescer um pouco mais rápido do que no restante do País no acumulado entre maio e dezembro.