Mais da metade dos trabalhadores ocupados (53,8%) creem ser muito improvável ou improvável perder seu principal emprego ou fonte de renda nos próximos seis meses, segundo dados da Sondagem do Mercado de Trabalho de agosto, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Outros 16,6% afirmavam ser provável ou muito provável perder o emprego ou fonte de renda, enquanto os demais 29,7% não souberam fazer uma avaliação sobre o tema.
"O resultado por faixa de renda mostra que quanto maior a faixa de rendimento, maior a segurança com sua ocupação", apontou a FGV.
No grupo de renda mais baixa, trabalhadores que recebem até um salário mínimo mensal, 32,6% consideram como improvável ou muito improvável perder o emprego ou fonte de renda, apontam os dados referentes ao trimestre móvel terminado em agosto. No grupo que recebe entre um e três salários mínimos, essa proporção sobe a 41,3%, e entre os que recebem acima de três salários mínimos, 62,4% avaliam ser improvável ou muito improvável perder o emprego ou renda.
"O baixo porcentual de trabalhadores afirmando ser provável ou muito provável perder seu emprego ou fonte de renda corrobora o cenário de mercado de trabalho aquecido. Com a taxa de desocupação em níveis mínimos em termos históricos, é natural que os trabalhadores se sintam mais seguros na sua ocupação ou em uma realocação caso seja necessário. Esse dinamismo observado nos últimos anos tende a ser favorável para os trabalhadores. Apesar disso, com a expectativa de desaceleração da economia brasileira, e do mercado de trabalho consequentemente, é esperado que essa variável não continue nesse patamar baixo por muito tempo", avaliou Rodolpho Tobler, economista do Ibre/FGV, em nota oficial.
A sondagem mostrou ainda uma elevação na fatia de pessoas muito satisfeitas com o próprio trabalho principal, de 14,8% em julho para 15,3% em agosto, enquanto a proporção de insatisfeitos passou de 7,0% para 7,1% no período.
Houve melhora na proporção de pessoas que enxerga a renda atual do trabalho como suficiente para arcar com despesas essenciais, subindo de 67,7% em julho para 69,1% em agosto.
A coleta de dados da Sondagem do Mercado de Trabalho referente ao trimestre encerrado em agosto ocorreu entre os dias 2 de junho e 30 de agosto.