A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que coordena a greve nacional da categoria desde à zero hora da segunda-feira, 15, informou que 28 plataformas da Bacia de Campos estão em greve, com 100% de adesão dos trabalhadores. Questionada, a Petrobras não comentou a informação.
No total, diz a entidade, a paralisação já atinge 28 plataformas offshore, 9 refinarias, 13 unidades da Transpetro, 4 termelétricas e 2 usinas de biodiesel, além dos campos de produção terrestre da Bahia, da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), da Estação de Compressão de Paulínia (TBG) e da sede administrativa da Petrobrás em Natal (RN).
Em nota, a estatal reafirmou que desde segunda-feira registra manifestações em suas unidades, sem especificar quais, e que as equipes de contingência da companhia foram mobilizadas onde foi necessário.
"Até o momento, não houve impacto na produção. As equipes de contingência da Petrobras estão preparadas e mobilizadas para continuar atuando na manutenção das operações, sem prejuízos na produção e no abastecimento ao mercado."
Bacia de Campos
A Bacia de Campos já foi o principal polo produtor de petróleo do Brasil. Com o declínio da produção, a Petrobras mantém no radar projetos para revitalizar os campos maduros.
Além disso, em outubro, a estatal adquiriu dois blocos na área no 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), incorporando quase 2,3 mil km² em seu portfólio de áreas exploratórias.
No mesmo mês, ao divulgar os resultados do terceiro trimestre, a companhia informou que, no período, sete novos poços produtores entraram em operação na Bacia de Campos.
Negociações
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) mantém a posição que o movimento grevista segue por tempo indeterminado, motivado pela ausência de avanços nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A estatal apresentou uma proposta no dia 9, que não foi aceita pela categoria.
Questionada, a Petrobras não informou se um novo ACT foi apresentado desde então, mas reafirmou que se mantém aberta ao diálogo com as entidades sindicais.