O Ibovespa operou em baixa na manhã desta segunda-feira, 22, na contramão do desempenho positivo das bolsas de Nova York, em um pregão de baixa liquidez e maior sensibilidade a fatores domésticos. Apesar da alta das commodities no mercado internacional, o índice segue pressionado por incertezas fiscais, pela reação da curva de juros após divulgação do Focus e por movimentos de realização de lucros no fim do ano.

Por volta das 12h15, o Ibovespa recuava 0,49%, aos 157.699 pontos. O petróleo avançava cerca de 2% no exterior, impulsionando as ações da Petrobras, enquanto o minério de ferro subia perto de 1,4%, sustentando os ganhos da Vale.

Ainda assim, o desempenho positivo desses papéis não foi suficiente para segurar o índice, diante da fraqueza de outros setores relevantes, especialmente o financeiro.

Segundo Pedro Cutolo, estrategista da ONE Wealth Management, a piora do mercado não tem caráter técnico, mas reflete a digestão de um conjunto de fatores. Entre eles, a mudança nas expectativas para a Selic, após o relatório Focus da manhã, que acabou contaminando o mercado acionário, além das preocupações com o cenário fiscal. Para ele, ruídos políticos recentes também contribuem para elevar a cautela, sobretudo em um pregão esvaziado.

Operadores avaliam que, enquanto persistirem a baixa liquidez e as incertezas nos cenários fiscal e político, o Ibovespa tende a seguir oscilando sem direção clara, possivelmente longe dos 160 mil pontos, mesmo diante de um ambiente externo mais favorável.