Economia
16h00 16 Dezembro 2025
Atualizada em 16/12/2025 às 16h00

Presidente da Fiemg defende recuperar arcabouço fiscal e avalia que atual 'está morto'

Por Flávia Said Fonte: Estadão Conteúdo

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Rosco, avaliou que o arcabouço fiscal em vigor "está morto" e defendeu ajuste pela redução de gastos do governo. "Precisamos recuperar o arcabouço fiscal, porque ele está morto", disse Roscoe em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 16. "Hoje, do ponto de vista prático, tudo entra na exceção. E se não entra, dá um jeito de entrar. O problema do Brasil é fiscal, o governo gasta mais do que arrecada sistemicamente", prosseguiu.

"O arcabouço fiscal é uma solução de longo prazo, é pensar o Brasil no longo prazo", defendeu ele, que criticou o endividamento do País. "Eu sou totalmente favorável a se recuperar o arcabouço fiscal e que a gente procure sanear as contas. E não é por ajuste de mais receitas, isso é extrair dinheiro da sociedade. O ajuste é pela redução de gastos do governo."

Segundo Roscoe, a Fiemg sempre defendeu que se fizesse a reforma administrativa antes da reforma tributária. "Nunca aderimos ao coro da reforma tributária anyway. Sempre defendemos que primeiro precisava dizer para qual Estado ia a conta", argumentou. Ele criticou o IVA, dizendo que o imposto ficará entre os cinco maiores do mundo - entre 26,5% e 28%.

Questionado sobre a desindexação do salário mínimo da aposentadoria, Roscoe disse que esse é um tema "muito controverso, mas eu acho necessário se a gente quiser acabar com a cultura inflacionária". E ponderou: "Vai ter que ter mecanismos que, efetivamente, de tempos em tempos, façam uma análise para não ter uma deterioração muito grande", completou.

Escala 6x1 e consignado privado

O presidente da Fiemg comentou outros temas que preocupam a indústria, como a escala 6x1, mencionando que é preciso considerar que a produtividade brasileira já é baixa, mesmo com jornada de trabalho inferior a de países como a Alemanha.

Roscoe também disse ter acordado com trabalhadores a definição de um teto à taxa de juros do consignado privado, a proibição do uso do empréstimo para bets e a limitação do crédito considerando o salário líquido, e não o bruto. "Essa pauta nós consensuamos entre trabalhadores e empresários. Foi Fiemg e três centrais sindicais. O problema é o lobby dos bancos", relatou. Hoje, a margem consignável de 35% é calculada sobre a renda líquida dos trabalhadores. "O que vai acontecer é que como o trabalhador vai ficar com a carteira negativada, além do crédito negativado, ele não vai procurar outro emprego formal, ele vai para a informalidade", projetou.

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