Economia
17h40 19 Dezembro 2025
Atualizada em 19/12/2025 às 17h40

Trump anuncia corte em preços de medicamentos e diz que 'não é necessário' reduzir desemprego

Por Laís Adriana Fonte: Estadão Conteúdo

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo com grandes farmacêuticas norte-americanas para reduzir os preços de medicamentos no país, em coletiva de imprensa na Casa Branca nesta sexta-feira, 19. Segundo ele, os remédios também serão oferecidos por meio do Medicare e poderão ser listados no site TrumpRX, criado pelo governo americano para venda direta entre empresas e consumidores.

A lista de medicamentos envolve tratamentos para gripe, hepatite, HIV, asma, entre outros.

O anúncio aconteceu em sala repleta de executivos das principais empresas do setor nos EUA, incluindo Merck, Amgen, GSK e Sanofi, além dos secretários de Comércio, Howard Lutnick, e da Saúde, Robert Kennedy Jr. Trump afirmou que 14 das 17 maiores farmacêuticas estavam presentes, mas que "todas elas aceitaram o acordo", embora tenha sinalizado que houve alguma resistência da Johnson & Johnson.

Sob os termos, as farmacêuticas devem precificar medicamentos aos EUA dentro do conceito de "nação mais favorecida", reduzindo preços dos remédios com base no menor valor em nível global.

De acordo com o presidente, o acordo teve aceitação de todos os países do mundo. "Caso contrário, vamos colocar tarifas", frisou. "Me perguntaram se era uma ameaça, e eu disse que sim. Se não reduzirem preços de medicamentos para os EUA, vamos taxar seus produtos", acrescentou, afirmando que esta é uma forma de "lucrar" para compensar internamente os preços.

Trump disse ainda que espera uma redução "rápida" dos preços de medicamentos já em 2026. O acordo inclui ainda comprometimento de aumentar a produção industrial de fármacos nos EUA. Segundo fontes informaram à Reuters, as farmacêuticas devem ter tarifas reduzidas durante três anos, em troca do acordo.

Sobre a economia, o presidente americano voltou a descartar preocupações com o "aumento da taxa de desemprego a 4,5%". Dados oficiais mostraram no início da semana que o indicador subiu a 4,6% em novembro, maior nível desde 2021.

"Isso ainda é um valor baixo e só aconteceu porque cortamos empregos no setor público, que continuarão a ser reduzidos", disse Trump, alegando que é importante manter a absorção da força de trabalho pelo setor privado. "Posso reduzir a taxa de desemprego a 2%, 1% ou zerá-la contratando no setor público, mas isso não é necessário".

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