A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciou, nesta quarta-feira, 25, novas diretrizes para triagem e verificação de vistos, incluindo a análise da presença online nas redes sociais de todos os solicitantes de vistos de estudante e de intercâmbio nas categorias não-imigrantes F, M e J. Para isso, todos os solicitantes desses vistos devem deixar seus perfis abertos nas redes sociais.
"Utilizamos todas as informações disponíveis durante a triagem e verificação de vistos para identificar solicitantes inadmissíveis aos EUA, especialmente aqueles que representam uma ameaça à segurança nacional", afirma a embaixada americana.
"Obter um visto para os EUA é um privilégio, não um direito", completa.
A Embaixada também informou que os consulados retomarão em breve o agendamento de entrevistas para essa categoria de visto. "Os solicitantes devem consultar o site da Embaixada ou Consulado para verificar a disponibilidade de datas e horários para agendamento", afirma.
A emissão de vistos americanos para estudantes foi suspensa no final de maio, em meio à "guerra" entre Trump e Harvard, em que o presidente americano tentou impedir estudantes estrangeiros de entrarem no país para estudar na universidade que é uma das mais renomadas do mundo. A Justiça dos EUA, porém, barrou a medida.
A briga entre o governo americano e a universidade se deu por Harvard se recusar a seguir uma cartilha de regras da Casa Branca que obrigaria a instituição a, entre outros pontos, revisar suas políticas internas, incluindo a de diversidade, reduzir o poder de professores e alunos. A recusa gerou retaliação por parte de Trump, que congelou o financiamento da instituição e gerou a tentativa de impedir estrangeiros na universidade americana.
O governo norte-americano já havia imposto algumas exigências de triagem em redes sociais para emissão de vistos, mas voltadas para os estudantes que estavam retornando aos Estados Unidos e poderiam ter participado dos protestos contra a guerra na Faixa de Gaza. Agora, a condição será ampliada a todos aqueles que desejam estudar nos EUA.
Ao todo, os EUA tinham 1,1 milhão de estudantes estrangeiros em 2023-2024, segundo o relatório anual do Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado com o Instituto de Educação Internacional.
O Brasil é o 9º país que mais envia estudantes para os Estados Unidos. Eram 16,8 mil brasileiros no ano letivo de 2023-2024, o que representa um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior. A grande maioria era de alunos da graduação e pós-graduação.
O governo americano enfatizou, no comunicado emitido pela embaixada, "que cada decisão sobre a concessão de visto é, acima de tudo, uma decisão de segurança nacional. Os EUA devem manter vigilância rigorosa durante o processo de emissão de vistos para garantir que os solicitantes não representam risco à segurança dos americanos e aos interesses nacionais".
"Todos os solicitantes devem comprovar de forma credível sua elegibilidade para o tipo de visto solicitado, incluindo a intenção de participar exclusivamente de atividades compatíveis com os termos de sua admissão", completa.