A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou esta semana uma campanha nacional pedindo a inclusão de medicamentos para tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo da mobilização é promover maior acesso a opções de tratamento adequadas na rede pública.
Este movimento conta com o apoio de importantes instituições, como a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
A Sbem destaca que a obesidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica multifatorial, mas ainda não conta com tratamentos medicamentosos disponíveis no SUS.
“Pacientes com hipertensão ou diabetes possuem acesso a medicamentos gratuitos, enquanto aqueles que vivem com obesidade enfrentam a falta de alternativas na rede pública”, ressalta a Sbem.
Segundo a entidade, até agora, nenhum medicamento para perda de peso foi incluído no SUS, incluindo os populares agonistas GLP-1, conhecidos como "canetas emagrecedoras".
Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos foram analisados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e tiveram suas inclusões negadas.
Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF), revelam que 31% dos adultos brasileiros têm obesidade. Projeções indicam que, se não houver intervenções, até 2044, 48% da população adulta do Brasil poderá ser obesa. Além disso, mais de 60 mil mortes prematuras no país são atribuídas ao sobrepeso e obesidade, por estarem ligadas a doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e AVC.
A Sbem ainda menciona que os custos diretos ao SUS com doenças relacionadas à obesidade poderão chegar a US$ 1,8 bilhão entre 2021 e 2030, além de perdas indiretas, como anos de vida produtiva, que podem alcançar US$ 20 bilhões.