O Vitória decidiu encerrar o ciclo de Thiago Carpini no comando da equipe principal. A demissão foi confirmada nesta quarta-feira, um dia após a eliminação para o Confiança nas quartas de final da Copa do Nordeste, dentro do Barradão. O treinador deixa o clube após cerca de 14 meses no cargo e um aproveitamento de 48%. Ele foi o 11º profissional a perder o emprego no torneio.
Até a 12ª rodada da competição, quando foi interrompida por causa da realização do Mundial de Clubes, nove técnicos entraram nessa lista, sendo o último deles o argentino Luís Zubeldía (São Paulo). Durante a disputa do torneio nos Estados Unidos, Renato Paiva caiu no Botafogo e agora Carpini engrossa essa relação.
Responsável por tirar o time da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro do ano passado e garantir vaga na Copa Sul-Americana, Carpini chegou a ostentar uma sequência invicta de 22 jogos na atual temporada - a segunda maior da história do clube. Mas, com a chegada dos jogos decisivos, os resultados deixaram de aparecer, e a diretoria rubro-negra optou por uma mudança de rota.
O presidente Fábio Mota anunciou a saída em entrevista coletiva e revelou que Márcio Goiano assume interinamente o comando do elenco. "A vida é feita de ciclos, e esse ciclo chegou ao fim", disse o dirigente. "Agradeço ao Carpini e à comissão técnica pelo que fizeram pelo Vitória, mas agora o foco é o Campeonato Brasileiro, que é o torneio mais importante para nós neste momento."
Mesmo com pouco tempo até o jogo contra o Internacional, no sábado, a diretoria pretende anunciar um novo treinador até lá. Fábio Mota admitiu inclusive a possibilidade de buscar um nome estrangeiro. "Hoje o mercado internacional está mais acessível, os custos estão mais baixos. Não estamos fechados para nenhuma possibilidade", declarou.
A saída de Carpini também reflete um desgaste interno. Antes considerado peça central na reconstrução do time, o técnico já não contava com a mesma confiança da diretoria. Desde o fim de maio, Mota vinha sinalizando insatisfação com o desempenho, mesmo após bancar o treinador publicamente por diversas vezes ao longo do ano. A intertemporada serviu como último teste, mas a equipe voltou da pausa sem dar sinais de evolução.
Em 2025, o Vitória acumulou fracassos importantes: foi eliminado ainda na segunda fase da Copa do Brasil pelo Náutico, perdeu o título estadual para o arquirrival Bahia dentro de casa, caiu na primeira fase da Sul-Americana sem vencer no Barradão e agora se despediu da Copa do Nordeste diante da torcida. O rendimento como mandante, inclusive, virou ponto crítico. Thiago Carpini encerra sua passagem com 76 jogos à frente do Leão: foram 29 vitórias, 22 empates e 24 derrotas.