Em seu primeiro discurso como Leão XIV, Robert Prevost pregou união aos fiéis, pediu pela paz e reafirmou sua formação agostiniana. O pronunciamento em italiano e em espanhol mostrou a força da Igreja latino-americana. Embora tenha nascido em Chicago, nos Estados Unidos, o novo papa tem cidadania peruana desde 2015.
No primeiro discurso após ser escolhido como papa na última quinta-feira, 8:
"Esta é a paz de Cristo Ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz desarmante, humilde e perseverante. Ela vem de Deus, Deus que nos ama a todos incondicionalmente. Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do Papa Francisco que abençoava Roma!"
"O papa que abençoava Roma concedia a sua bênção ao mundo, ao mundo inteiro, naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me prosseguir com essa mesma bênção: Deus nos ama, Deus ama a todos vocês, e o mal não prevalecerá! Estamos todos nas mãos de Deus."
"Devemos buscar juntos como ser uma Igreja missionária, uma Igreja que constrói pontes, dialoga, sempre aberta para receber como esta praça com os braços abertos. A todos, a todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo e do amor."
"A todos vocês, irmãos e irmãs de Roma, da Itália, do mundo inteiro, queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que sempre busca a paz, que sempre busca a caridade, que sempre busca estar próxima, especialmente daqueles que sofrem."
Em sua primeira missa com cardeais depois de eleito na sexta-feira, 9:
"Ainda hoje não faltam contextos em que a fé cristã é considerada uma coisa absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes; contextos em que em vez dela se preferem outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer."
Sobre a escolha do nome Leão XIV, no sábado, 10, na primeira audiência formal com os cardeais como líder da Santa Sé:
"São várias as razões, mas a principal é porque o Papa Leão XIII, com a histórica encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho."
Em primeira oração dominical no domingo, 11:
"A tragédia da 2ª Guerra Mundial terminava há 80 anos, no 8 de maio, após ter causado 60 milhões de vítimas; no cenário dramático atual de uma 3ª Guerra Mundial em partes, como mais de uma vez afirmou o papa Francisco, me dirijo aos grandes do mundo, fazendo o apelo sempre atual: guerra, nunca mais!"
"Trago no coração os sofrimentos do amado povo da Ucrânia. Que se torne possível alcançar o mais rápido uma paz autêntica, justa e duradoura. Que sejam libertados todos os prisioneiros e que as crianças possam voltar para as suas famílias."
Em primeiro encontro com jornalistas nesta segunda-feira, 12:
"Salvemos a comunicação de todo preconceito, rancor, fanatismo e ódio. Purifiquemo-la da agressividade. Não precisamos de uma comunicação ruidosa, muscular, mas sim de uma comunicação capaz de escutar, de acolher a voz dos fracos que não têm voz. Desarmemos as palavras."