A Polícia Civil (PC) concluiu o inquérito que apurava as circunstâncias da morte de uma menina de 4 anos, registrada em São Gotardo/MG, no dia 17 de julho de 2025. Segundo as investigações, em tese, teriam sido encontradas inconsistências nas versões apresentadas pelos responsáveis, resultando no indiciamento do padrasto, de 27 anos, e da mãe, de 30 anos, suspeitos do crime de feminicídio.
O caso
A criança deu entrada no Hospital Municipal de São Gotardo já sem sinais vitais, durante a madrugada de 17 de julho. Inicialmente, os responsáveis alegaram que a vítima havia sofrido uma convulsão seguida de vômitos. Em outro relato, o padrasto disse que ela teria caído de um veículo no dia anterior, batendo a cabeça.
Essas versões conflitantes levantaram as primeiras suspeitas da equipe médica e das autoridades.
De acordo com o laudo de necropsia, a causa da morte teria sido “peritonite e septicemia aguda, devido a ruptura no intestino delgado”, supostamente ocasionada por um trauma violento. As análises de imagens de câmeras de segurança, em tese, não corroboraram a versão da queda do veículo.
Ainda segundo a PC, tanto a mãe quanto o padrasto optaram por permanecer em silêncio e não colaboraram com as diligências, o que reforçou as suspeitas.
Profissionais de saúde que atenderam a vítima relataram a presença de múltiplas lesões no corpo, incluindo escoriações no supercílio, abdômen e costas, que seriam incompatíveis com uma queda simples. Também foram observados sinais de negligência, como falta de higiene e a presença de bicho de pé em estágio avançado.
Além disso, uma das irmãs da vítima disse que o padrasto costumava bater na criança, supostamente com murros na barriga, e que a mãe teria sido conivente com as agressões.
Indiciamento
Diante dos indícios das investigações, a mãe e o padrasto foram indiciados acusados pelo crime feminicídio (artigo 121-A do Código Penal), caso sejam condenados, a pena varia de 20 a 40 anos de prisão, com aumento de até a metade pelo fato de a vítima ser menor de 14 anos.
O casal foi preso no dia 30 de julho, pela Polícia Civil. Os dois permanecem presos.