Economia
15h51 24 Novembro 2025
Atualizada em 24/11/2025 às 15h51

Arrecadação federal chega a R$ 261,9 milhões em outubro e bate recorde

Por Redação TV KZ

A arrecadação total de tributos federais atingiu a marca de R$ 261,9 milhões em outubro, um recorde histórico para este mês. Esse resultado representa uma evolução real de 0,92% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

No acumulado de janeiro a outubro, as receitas federais totalizaram R$ 2,4 trilhões, com um crescimento real de 3,2% em relação ao mesmo intervalo em 2024. Essas informações foram divulgadas nesta segunda-feira (24) pela Receita Federal, em Brasília.

“É importante notar que esse desempenho é o melhor para outubro e para o período acumulado”, destacou a Receita Federal.

Os tributos federais englobam o Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas, receita previdenciária, Imposto sobre Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), PIS/Cofins, entre outros. Vale ressaltar que a arrecadação com royalties e depósitos judiciais, que não são contabilizados pela Receita Federal, também é considerada.

Destaques

Em sua análise, a Receita Federal destacou o IOF, que arrecadou R$ 8,1 milhões em outubro, representando uma alta de 38,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Este aumento pode ser atribuído às operações relacionadas à saída de moeda estrangeira e às operações de crédito para pessoas jurídicas, decorrente de recentes mudanças nas legislações.

Em junho de 2025, o governo havia aumentado a cobrança em determinadas operações de crédito, através do Decreto 12.499/2025, uma medida que foi posteriormente revogada.

Outro ponto que se destacou foi a arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre capital, que chegou a quase R$ 11,6 milhões, com um crescimento real de 28,01% em comparação a outubro de 2024. Segundo a Receita, este desempenho está vinculado aos lucros obtidos por investidores em aplicações de renda fixa e JCP, que é a forma da empresa distribuir parte de seu lucro aos acionistas.

Desaceleração

Apesar do crescimento significativo nos dez primeiros meses do ano, que foi de 3,2% na comparação com o mesmo período de 2024, há sinais de desaceleração, indicando que o crescimento da arrecadação está perdendo força. Em julho de 2025, a evolução foi de 4,41%, mas essa diferença positiva tem diminuído mês a mês.

Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, reconhece que essa dinâmica arrecadatória reflete a desaceleração econômica no Brasil. “Continuamos a crescer, embora a taxas decrescentes”, afirmou.

Ele ainda acrescentou que o resultado não é um choque, visto que acompanha as previsões do Ministério da Fazenda e de especialistas do mercado financeiro. “Já se esperava uma certa contração na atividade econômica”, concluiu Malaquias, ressaltando a resiliência de setores como serviços e a massa salarial dos trabalhadores.

Freio dos juros

A perda de fôlego mencionada é um reflexo direto da política monetária do Banco Central, que controla a taxa de juros. Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, a mais alta desde julho de 2006. O BC mantém essa taxa elevada para esfriar a economia e conter a inflação, que permanece acima da meta do governo, fixada em 3% ao ano.

Em outubro, a inflação oficial estava em 4,68% nos últimos 12 meses, mas com uma tendência de desaceleração. “A arrecadação tributária é um bom indicador da atividade econômica. Quando a arrecadação está alta, geralmente significa que a economia também está indo bem”, finalizou Malaquias.

Arrecadação com apostas cresce

A arrecadação proveniente de jogos de azar e apostas subiu quase 10.000% em outubro de 2025, em comparação ao mesmo mês de 2024, devido à regulamentação das casas de apostas virtuais, que entrou em vigor em 2025. Em outubro de 2024, a arrecadação era de R$ 11 milhões, valor que saltou para R$ 1 bilhão em outubro de 2025. No total, nos dez primeiros meses de 2025 em comparação ao mesmo período anterior, a evolução foi de mais de 16.000%, passando de R$ 49 milhões para R$ 8 bilhões.

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