A ata da reunião de 9 e 10 de dezembro do Federal Reserve (Fed) mostra clara divisão dentro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), como havia sido indicado pelo comunicado, e dúvidas até mesmo entre os que votaram pelo alívio monetário sobre qual decisão deveria ser tomada.
Divulgado nesta terça-feira, 30, o documento afirma que "alguns participantes" que apoiaram o corte em dezembro também poderiam ter endossado uma manutenção, revelando as dúvidas entre aqueles que endossaram a flexibilização monetária pelo Banco Central americano.
A ata mostra ainda que a maioria dos membros julgaram que o alívio adicional pode ser apropriado se a inflação desacelerar.
Sobre esse cenário, o documento cita que vários participantes enfatizaram que esperam que o efeito das tarifas sobre a inflação de bens básico diminuirá, embora alguns tenham expressado incerteza sobre quando esses efeitos diminuiriam ou até que ponto as tarifas seriam, em última análise, repassadas aos preços finais dos bens.
Redução de reservas tornou apropriado iniciar compra de títulos de curto prazo
A ata também mostra que as condições do mercado monetário continuaram a se restringir durante o período entre as reuniões e que a equipe do Banco Central americano avaliou que as condições eram consistentes com o nível de reservas tendo diminuído.
Tendo em vista os desdobramentos nos mercados monetários, o BC recomendou que o Comitê considerasse iniciar compras para gestão de reservas (RMPs) este mês para manter um nível amplo de reservas de forma contínua. "Devido à substancial queda projetada nas reservas em meados e no final de abril, o BC julgou prudente iniciar as RMPs em breve, manter um ritmo um pouco elevado de compras líquidas até lá", diz o documento.
A ata retrata que as taxas das operações de recompra (repo) do Tesouro permaneceram relativamente elevadas e voláteis durante o período entre as reuniões. Os investidores atribuíram a firmeza das taxas de repo a uma diminuição na liquidez disponível e à contínua emissão de grandes volumes de dívida do Tesouro, pontua a ata do Fed divulgada hoje.
"Taxas de repo mais altas, juntamente com um nível mais baixo de reservas, continuaram a contribuir para a pressão ascendente sobre o spread entre a taxa efetiva de fundos federais (EFFR) e a taxa de juros sobre os saldos de reservas", nota o documento. O BC observou que a correlação entre esse spread e o nível dos saldos de reservas aumentou de forma significativa nos últimos dois meses e que a EFFR subiu mais rapidamente do que durante o episódio anterior de redução do balanço patrimonial.