Em uma semana conturbada, o torcedor atleticano teve um motivo para sorrir nesta quinta-feira e do jeito que está acostumado, com sofrimento. Depois de ver sua vantagem no agregado ruir no tempo normal com a derrota por 1 a 0, a decisão na Arena MRV foi para os pênaltis, quando viu Everson brilhar ao defender duas cobranças e converter o pênalti decisivo para eliminar o Atlético Bucaramanga-COL por 3 a 1 e avançar às oitavas de final da Copa Sul-Americana, aliviando a pressão no clube
Agora o adversário do time brasileiro será o Godoy Cruz-ARG, com o segundo jogo decisivo ocorrendo em solo argentino. O Atlético-MG se juntou ao Fluminense, como os únicos representantes do Brasil na competição continental. As datas dos confrontos ainda serão definidas pela Conmebol.
A semana do Atlético-MG foi conturbada. Logo após a derrota para o Palmeiras, por 3 a 2, pelo Brasileiro, torcedores organizados pressionaram os jogadores no saguão do aeroporto. Dias depois, diversos jogadores cobraram atraso de salário. Rony inclusive chegou a entrar com rescisão contratual, porém voltou atrás após conversas com diretoria e o técnico Cuca. Além disso, troca de farpas entre Scarpa e Lyanco nas redes sociais também agitou os bastidores do time mineiro.
Foi com esse cenário que o Atlético-MG entrou em campo, pressionado, mas buscou se manter focado no jogo. Mesmo com vaias para Rony e Scarpa, a dupla era quem ditava o sistema ofensivo atleticano. O meia achou belo passe para Hulk, que tentou por cobertura e errou o alvo. Depois, Scarpa arriscou, o goleiro colombiano espalmou e, no rebote, Rony acertou a rede pelo lado de fora.
O time brasileiro seguiu com mais volume no ataque. Desta vez foi Dudu que obrigou duas defesas de Quintana, em chutes da entrada da área. Até então tímido na partida, o Bucaramanga foi efetivo e aproveitou a bola aérea para abrir o placar. Após cobrança de falta na área, Mena subiu entre a defesa e cabeceou, aos 44, para deixar tudo igual no agregado.
O Atlético-MG voltou do intervalo com a mesma postura. Sem se afobar, começou a empilhar chances e formar uma blitz na frente do gol colombiano. Dudu, de cabeça, triscou o travessão. Depois, Hulk soltou o pé e esquentou as luvas de Quintana. Empurrado pela torcida, Alonso cabeceou forte, mas viu a bola explodir no travessão. Tentando esfriar o jogo, o Bucaramanga passou a abusar da cera.
Sem conseguir resultar a pressão inicial em gol, o relógio passou a ser o inimigo do time mineiro, aliado à paciência do torcedor, que aos poucos se esgotava. Acelerando jogadas e abusando do jogo aéreo, já não conseguia manter o ímpeto ofensivo e via o Bucaramanga começar a gostar do jogo com contra-ataques. Apesar de todo o volume criado, o Atlético-MG não conseguiu balançar às redes e a decisão foi para a marca da cal.
Hulk chamou a responsabilidade e converteu a primeira cobrança para dar confiança aos companheiros, mas Scarpa e Bernard desperdiçaram na sequência. Para sorte deles, Everson pegou a cobrança de Henao e Mena isolou.
Gabriel Menino voltou a colocar o Atlético em vantagem na quarta cobrança e Everson brilhou defendendo a batida de Zárate. Logo depois de fazer a defesa, o próprio goleiro cobrou para se tornar o herói da classificação.