Conflitos
15h50 18 Agosto 2025
Atualizada em 18/08/2025 às 15h50

Hamas aceita proposta de cessar-fogo em Gaza, diz imprensa; Israel não se pronuncia

Por Redação, O Estado de S. Paulo Fonte: Estadão Conteúdo

O Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo na guerra contra Israel, segundo relatos da mídia internacional. De acordo com o serviço de notícias Al Jazeera, do Catar, um funcionário do grupo terrorista palestino confirmou a aprovação do texto, que inclui um acordo de trégua e a libertação de reféns israelenses ainda em poder do Hamas.

Um membro do Hamas também afirmou à agência de notícias Reuters que a proposta apresentada por mediadores no Egito foi aprovada. Segundo uma pessoa próxima do assunto ouvida pela agência AFP, o Hamas aceitou o novo texto sem pedir nenhuma alteração. O grupo não se pronunciou oficialmente até a tarde desta segunda, 18. O governo de Israel também não confirmou a informação.

A proposta prevê uma trégua inicial de 60 dias e a liberação dos reféns antes da negociação de um acordo definitivo. Ainda não está certo quando o cessar-fogo deve entrar em vigor ou quais são as outras condições atreladas a esse novo pacto. Não houve menção a uma eventual troca de reféns por prisioneiros palestinos.

Dos 251 reféns capturados pelo Hamas durante os ataques terroristas que desencadearam a guerra em outubro de 2023, 49 permanecem em Gaza, incluindo os corpos de 27 pessoas, segundo o Exército israelense.

O ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, que visitou a fronteira de Rafah com Gaza nesta segunda (18), disse que o primeiro-ministro qatari, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, estava visitando o Egito para "exercer a máxima pressão sobre as partes" para que chegassem a um acordo.

Nova ofensiva de Israel

O Exército israelense anunciou que aprovou o plano para uma nova ofensiva na Faixa de Gaza, que prevê a tomada da Cidade de Gaza, a mais populosa do território palestino, na quarta-feira, 13.

O plano havia sido aprovado pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu na semana passada e enviado às Forças Armadas, que vinham indicando resistência à proposta de Netanyahu de ocupação total de Gaza.

O comandante do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, "aprovou a principal estrutura do plano operacional do Exército na Faixa de Gaza" e disse ao premiê ser contra a expansão da ofensiva em Gaza, mas que cumprirá ordens do governo.

Os planos israelenses de expandir a guerra em Gaza após 22 meses de combates e mais de 61 mil mortos provocaram críticas internacionais e forte oposição interna. Dias depois, Israel virou alvo de mais críticas por ter matado seis jornalistas que atuavam na Faixa de Gaza, cinco deles funcionários da rede de TV árabe Al Jazeera.

Especialistas alertaram para o risco de fome no território, onde Israel restringiu drasticamente a entrada de ajuda humanitária.

A aprovação do plano foi divulgada também horas depois de o Hamas anunciar ter enviado uma delegação do grupo terrorista ao Cairo, no Egito, para "conversações preliminares" com as autoridades egípcias sobre uma trégua temporária.

O ataque do Hamas em outubro de 2023, que desencadeou a guerra, provocou a morte de 1.219 pessoas, segundo um balanço da agência de notícias AFP baseado em números oficiais. A ofensiva israelense matou mais de 61.500 palestinos, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

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