As Forças Armadas do Irã lançaram um novo ataque com mísseis balísticos contra Israel na tarde desta sexta-feira, 20. Segundo o Exército israelense, ao menos 35 mísseis foram disparados contra as cidades de Haifa, Bersheeva e Tel-Aviv. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas.
Os ataques ocorrem em meio a negociações entre diplomatas iranianos e europeus que discutem o programa nuclear iraniano e o futuro do conflito em Genebra, na Suíça.
Apesar da disposição em negociar, os principais líderes iranianos condicionam o sucesso das negociações ao fim das hostilidades de Israel, que lançou um ataque na semana passada com o objetivo de destruir o programa nuclear iraniano.
O ataque em Haifa teve como principal alvo a área do porto da cidade, um dos principais em Israel. Grandes colunas de fumaça foram vistas na região, depois de o sistema de defesa aéreo israelense não conseguir interceptar todos os mísseis balísticos iranianos.
Sarit Golan-Steinberg, vice-prefeito de Haifa, disse que edifícios próximos ao principal porto da cidade foram danificados após um míssil iraniano ter caído nas proximidades. "Estamos indo de prédio em prédio para avaliar os danos", disse.
Em resposta, a Força Aérea israelense atacou baterias antiaéreas no sudoeste do Irã.
Reunião na ONU
Além das negociações em Genebra, o Conselho de Segurança da ONU também se reuniu nesta sexta para discutir o confronto entre Israel e Irã.
"Não estamos caminhando lentamente em direção a uma crise, estamos correndo em direção a ela", disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ao Conselho de Segurança em Nova York.
Ele pediu a Israel e ao Irã que resolvessem suas diferenças pacificamente.
Vasili Nebenzya, embaixador da Rússia na ONU, acusou os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha de espalharem a "invenção infundada" de que o Irã planejava construir armas nucleares.
Na reunião do Conselho de Segurança, ele disse que essas nações e a AIEA, órgão da ONU responsável pela fiscalização nuclear que declarou que o Irã havia violado o tratado de não proliferação, eram "cúmplices" dos ataques israelenses.
Protestos no Oriente Médio
Milhares de pessoas no Iraque, Líbano e Irã - países de maioria xiita - foram às ruas na sexta-feira de preces para protestar contra a guerra.
Em Teerã, capital do Irã, multidões saíram das mesquitas e invadiram as praças centrais, pisoteando e queimando bandeiras israelenses e americanas enquanto erguiam retratos do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Gritos de "Morte a Israel" e "Morte aos Estados Unidos" ecoaram da multidão de manifestantes enquanto marchavam no que a mídia estatal iraniana chamou de protestos de "raiva e vitória".
Manifestações semelhantes em apoio às forças armadas do país também foram relatadas em pelo menos meia dúzia de outras cidades iranianas, incluindo Tabriz e Mashhad. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS