Conflitos
13h20 20 Dezembro 2025
Atualizada em 20/12/2025 às 13h20

Míssil russo mata 8 na Ucrânia em dia de conversas de paz com oficiais americanos

Por Redação Fonte: Estadão Conteúdo

Um ataque com mísseis russos à infraestrutura portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, provocou oito mortes e deixou 27 pessoas feridas neste sábado, 20, segundo o serviço de emergência da Ucrânia. O bombardeio de Moscou ocorre no mesmo dia em que oficiais russos irão viajar à Flórida para conversar com funcionários americanos na expectativa de avançar as negociações para o fim da guerra na Ucrânia.

Alguns dos feridos em Odessa estavam em um ônibus no centro da cidade. Caminhões pegaram fogo no estacionamento e carros também foram danificados. O porto foi atingido por mísseis balísticos, de acordo com Oleh Kiper, governador da região de Odessa.

Moscou não reconheceu imediatamente relatos do ataque. O Ministério da Defesa da Rússia disse neste sábado que, no dia anterior, havia atacado a "infraestrutura de transporte e armazenamento usada pelas forças armadas ucranianas", junto com instalações energéticas e aquelas que fornecem para o esforço de guerra de Kiev.

Em outros lugares, drones ucranianos atingiram uma plataforma de petróleo russa, o navio de patrulha militar Okhotnik e outras instalações, segundo o Estado-Maior Geral da Ucrânia em um comunicado neste sábado.

Discussões para o fim da guerra

Apesar dos ataques, as discussões para o fim da guerra continuam. Oficiais ucranianos, europeus e americanos se encontraram em Berlim na semana passada para conversar e agora estes devem comunicar os russos sobre os avanços.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou neste sábado em Kiev que o progresso das conversas dependerá da postura dos EUA após as discussões com os russos. "Neste momento, honestamente não sei se avançaremos, mas saberei mais tarde hoje."

O presidente americano Donald Trump vem promovendo uma extensa iniciativa diplomática para acabar com a guerra, mas seus esforços foram travados pela diferença entre o que Moscou e Kiev demandam para acabar com o conflito.

Conversas em Miami

Os esforços devem continuar neste sábado, com o encontro de Kirill Dmitriev, que chefia o fundo soberano de riqueza da Rússia, com o enviado de Trump, Steve Witkoff, e o genro de Trump, Jared Kushner, em Miami, segundo um oficial dos EUA que conversou com a Associated Press (AP).

O principal negociador da Ucrânia, Rustem Umerov, disse na sexta-feira, 19, que uma delegação ucraniana havia se encontrado com parceiros americanos e europeus nos EUA. Ele deu poucos detalhes, mas destacou que eles concordaram em continuar o "trabalho conjunto no futuro próximo".

Questionado sobre a reunião em Miami, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na quinta-feira, 18, que Moscou estava se preparando para contatos com os EUA para saber sobre os resultados das reuniões em Berlim, mas ele não deu detalhes.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sinalizou recentemente que deve manter suas exigências maximalistas sobre a Ucrânia, à medida que as tropas de Moscou avançam no campo de batalha apesar de grandes perdas. Na sexta-feira, Putin expressou confiança de que o Kremlin alcançaria seus objetivos militarmente se Kiev não concordasse com as condições da Rússia para acabar com a guerra.

Os líderes da UE concordaram em fornecer US$ 106 bilhões à Ucrânia para atender às suas necessidades militares e econômicas pelos próximos dois anos, embora tenham falhado em superar diferenças com a Bélgica que permitiriam usar ativos russos congelados para financiar Kiev. Em vez disso, foram feitos empréstimos nos mercados de capitais.

Após quase quatro anos de guerra, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a Ucrânia precisará de US$ 161 bilhões de dólares nos próximos dois anos./com AP

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