O presidente da França, Emmanuel Macron, reforçou o compromisso europeu com a segurança, mas criticou o que chamou de contradição entre as exigências de Washington e as barreiras comerciais entre aliados. "Você não pode nos pedir para gastar mais com defesa enquanto temos uma guerra comercial entre nós", afirmou nesta quarta-feira, 25, durante coletiva de imprensa na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Devemos retornar à regra número um: um ambiente calmo em termos comerciais. Isso significa que todas as tarifas e taxas que foram estabelecidas devem ser eliminadas", acrescentou o francês em discurso exibido pelo canal France 24. Macron afirmou que a Europa "precisa pagar mais e ser mais responsável por sua própria segurança, por sua parte no esforço comum", e citou que a França já dobrou os gastos com defesa.
Macron ainda defendeu maior autonomia estratégica e criticou a dependência militar de países de fora do continente. "Se você compra equipamentos dos Estados Unidos e há divergências geopolíticas, ficamos à mercê da aprovação deles. Com programas europeus, somos muito mais livres", completou.
O presidente francês também comentou a interrupção da guerra entre Irã e Israel. "Temos um cessar-fogo. Ele é frágil e volátil. Temos que torcer para que dure", afirmou. Ele disse que a avaliação dos danos ainda está em andamento e que discutirá o tema com o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi.
Sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, Macron também destacou que "nos próximos dias saberemos o que os Estados Unidos vão fazer sobre as sanções aos russos".
Ao ser questionado sobre a relação com o presidente dos EUA, Donald Trump, respondeu que o tema da guerra comercial, especificamente, foi abordado diretamente entre os dois líderes. "Falei disso durante a cúpula, em público. Todos falamos disso."