A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC) divulgada nesta quinta-feira, 22, pelo Banco Central traz uma avaliação pessimista dos bancos para o segundo trimestre do ano, em linha com as condições restritivas para os financiamentos já apontadas pelas instituições no começo do ano. Por isso, o nível de demanda em todos os segmentos de crédito deve permanecer igual ao do primeiro trimestre, com a taxa de juros sendo o principal fator restritivo.
O documento aponta uma preocupação especial com o segmento imobiliário. "As condições negativas para o crédito habitacional ocorrem em função principalmente do custo/disponibilidade de funding, além dos fatores comprometimento de renda do consumidor, inadimplência do mercado e menor tolerância ao risco", destaca a pesquisa.
Também estão com condições mais desfavoráveis neste ano os financiamentos para Grandes Empresas. Entretanto, a concorrência entre bancos continuou estimulando positivamente a oferta de crédito para as maiores companhias.
"Para o segundo trimestre, espera-se uma piora marginal na maioria dos fatores de oferta de crédito, com destaque para a percepção de risco dos clientes, nível de inadimplência do mercado e condições gerais da economia, do setor da empresa ou da própria empresa", completa o documento.
Para micro, pequenas e médias empresas também houve uma piora geral dos fatores, com destaque para o custo de funding, a inadimplência do mercado e as condições especificas do cliente. Por outro lado, a captação de novos clientes aparece como principal fator positivo.
A pesquisa trimestral traça um cenário melhor para o crédito para consumo das famílias, que "tem tido condições relativamente menos restritivas". Inadimplência e custo de funding seguem como fatores negativos, mas comprometimento de renda e nível de emprego e salários continuaram apontados como "neutros".
"A inadimplência no segundo trimestre deve aumentar nos segmentos de Pessoas Jurídicas e reduzir o ritmo de crescimento no segmento de Pessoas Físicas Consumo", conclui a PTC.