Saúde
15h00 09 Julho 2025
Atualizada em 09/07/2025 às 15h00

Câncer de mama: manifestação cobra acesso a tratamento aprovado no SUS

Por Redação TV KZ Fonte: Agência Brasil

Pacientes oncológicas, acompanhadas por membros da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), realizaram uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília, nesta quarta-feira (9). O ato visou exigir acesso a tratamentos para câncer de mama avançado já aprovados, mas ainda indisponíveis via Sistema Único de Saúde (SUS).

A coordenadora de comunicação da Femama, Mely Paredes, afirmou que o objetivo é sensibilizar o ministério para garantir a disponibilização de medicamentos que estão no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de câncer de mama, em vigor desde dezembro do ano anterior.

“A função desse protocolo é regulamentar as linhas de cuidado do câncer de mama, incluindo as medicações necessárias para cada tratamento”, ressaltou Mely.

A mobilização faz parte da campanha PCDT Rosa: quantos passos faltam?, que busca chamar atenção para a marcha em direção ao acesso a tratamentos adequados para câncer de mama. O mês de junho marcou seis meses desde a publicação do PCDT, e ainda há pacientes sem acesso aos novos medicamentos.

“Essas mulheres têm recebido tratamentos disponíveis nos centros de saúde, mas que não são os mais adequados para suas condições”, completou Mely.

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas

O PCDT tem como meta otimizar o diagnóstico e o tratamento da doença no SUS, padronizando cuidados e regulamentando a oferta de terapias. Apesar da aprovação, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades para acessar os novos medicamentos incorporados, comprometendo assim sua qualidade de vida e sobrevivência.

“Os marcos legais são apenas o início do caminho para o acesso integral ao diagnóstico precoce e ao tratamento eficaz”, enfatizou a Femama.

Dados e Desafios

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama no Brasil anualmente. Com aproximadamente 75% da população dependente do SUS, a Femama alerta que, mesmo após a incorporação das novas medicações em 2021 e 2022, a realidade do acesso é muito distante.

Histórias de Luta

Entre as pacientes, Cintia Cerqueira, de 49 anos, compartilha sua experiência após o diagnóstico de câncer de mama em 2018, que evoluiu para metástase. Em busca de medicamentos mais adequados, Cintia precisou recorrer à Justiça e enfrentou um tempo de espera considerável para o tratamento.

“Dói mais que o câncer saber que existe um medicamento que pode te dar vida, mas que você não tem acesso. O que queremos é o mesmo direito que quem tem câncer primário. Nossa luta é diária para a liberação dos medicamentos”, comentou Cintia.

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