A prática de atividades ao ar livre é fundamental para a prevenção da miopia em crianças e adolescentes. O desafio, no entanto, é manter essa rotina, especialmente com a crescente urbanização e o uso excessivo de telas desde cedo, o que reduz o tempo dedicado a atividades externas.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a miopia afeta atualmente 7,6% da população jovem brasileira, mas a incidência é alarmante: em comunidades rurais, a prevalência é de apenas 1,06%, enquanto nas áreas urbanas salta para 20,4%. Estudos indicam que a exposição ao sol serve como um fator protetor: dedicar ao menos 40 minutos diários a atividades externas pode reduzir significativamente as chances de desenvolvimento da condição.
Os fatores de risco incluem a predisposição genética – crianças com pais míopes apresentam até cinco vezes mais probabilidade de desenvolver o problema – assim como hábitos como leitura excessiva em ambientes fechados e a redução do tempo gasto ao ar livre.
A pandemia de covid-19 demonstrou ainda mais o impacto desse comportamento: um aumento de 44% para 55% na taxa de miopia foi registrado em Hong Kong em apenas um ano, mostrando que a diminuição das atividades externas durante o confinamento teve consequências diretas na saúde visual das crianças. O CBO alerta para a necessidade de políticas públicas que promovam a triagem visual nas escolas e campanhas educativas que incentivem atividades externas desde a infância, além de reforçar a importância das consultas oftalmológicas regulares.