Futebol
23h40 21 Agosto 2025
Atualizada em 21/08/2025 às 23h40

Palmeiras dá sono, joga mal e avança na Libertadores graças à goleada no Peru

Por Ricardo Magatti Fonte: Estadão Conteúdo

Todo o futebol que mostrou na semana passada em Lima, onde goleou o Universitario, o Palmeiras deixou de jogar no Allianz Parque nesta quinta-feira. A classificação às quartas de final da Libertadores era mais que esperada e foi confirmada, mas com uma apresentação bastante ruim do time de Abel Ferreira, que quis fazer testes na escalação e atrapalhou.

O sonolento empate sem gols foi suficiente para garantir o Palmeiras na próxima fase da Libertadores, mas irritou parte da torcida, que se entediou com uma preguiçosa atuação da equipe diante de um rival com evidentes fragilidades. Fosse um oponente de melhor nível técnico, talvez o cenário teria sido outro.

É a 13ª vez que o Palmeiras chega às quartas de final, fase em que vai enfrentar River Plate ou Libertad. Os confrontos ainda não têm data. Serão nas semanas dos dias 16 e 23 de setembro. O time alviverde decide em casa porque conquistou esse direito ao terminar a primeira fase com a melhor campanha da competição.

O jogo pode ter servido a Abel Ferreira como um exemplo do que não fazer mais. O treinador escalou três zagueiros, usou o meia-atacante Felipe Anderson na lateral esquerda e enfraqueceu o setor mais importante na criação das jogadas: o meio de campo.

A equipe chegou até a ser pressionada pelo Universitario. Os peruanos esperavam marcar um gol cedo para sonhar com um milagre. Até conseguiram com Concha, em bonita jogada coletiva, só que o árbitro anulou o lance por entender que Churín, em posição irregular, atrapalhou a visão do goleiro Weverton.

Weverton, aliás, trabalhou muito mais do que o goleiro do Britos, do Universitario. Se houvesse justiça no futebol, os peruanos teriam saído do Allianz Parque com uma vitória, ainda que magra.

Porque o Palmeiras foi um time confuso, embaralhado e com alguns dos atletas sem entender suas funções em campo. Não rendeu um bom jogo coletivo a formação escalada por Abel, apenas lampejos individuais foram vistos no Allianz Parque. Vitor Roque tentou algo, bem como Allan, o único palmeirense responsável por tirar algum suspiro da torcida. Foi dele o cabeceio que acertou o travessão no acréscimo do primeiro tempo.

Estranhamente, o jovem meio-campista de 21 anos, um dos poucos lúcidos em campo, foi sacado pelo treinador no intervalo. Lucas Evangelista entrou e nada produziu, assim como seus companheiros.

O jogo burocrático, pragmático e baseado em chutões e bolas aéreas não empolgou os 33 mil palmeirenses no Allianz Parque. Deu mais sono do que gerou bons sentimentos na torcida, que espera evolução rápida da equipe. Ouviram-se algumas vaias ao final da partida.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS 0 X 0 UNIVERSITÁRIO

PALMEIRAS- Weverton; Gómez, Murilo e Micael; Giay (Khellven), Emi Martínez (Aníbal Moreno), Allan (Lucas Evangelista), Maurício e Felipe Anderson (Piquerez); Vitor Roque (Facundo Torres) e Flaco López. Técnico: Abel Ferreira.

UNIVERSITÁRIO - Britos; Inga, Santamaría, Benedetto e Polo; Pérez Guedes (Murrugarra), Castillo e Concha (Varela); Vélez (Rivera), Churín (Calcaterra) e Carabalí. Técnico: Jorge Fossati.

ÁRBITRO - Piero Maza (Chile).

CARTÕES AMARELOS - Allan e Carabalí.

PÚBLICO - 33.203 torcedores.

RENDA - 2.262.425,80.

LOCAL - Allianz Parque, em São Paulo (SP).

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