Futebol
13h00 10 Setembro 2025
Atualizada em 10/09/2025 às 13h00

Seleção brasileira: confira três destaques e pontos baixos do elenco na Data Fifa

A seleção brasileira encerrou nesta terça-feira, 10, sua campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas. Mesmo com a vaga garantida à Copa do Mundo de 2026, que será disputada no Canadá, EUA e México, Carlo Ancelotti usou os dois últimos confrontos, com Bolívia e Chile, para testar formações e novos jogadores entre os titulares do Brasil. Entre um jogo e o outro, o time teve nove mudanças entre os 11 iniciais.

Nessa Data Fifa, o técnico italiano utilizou 22 jogadores, somando titulares e reservas, e pôde realizar algumas observações - apesar das condições adversas do confronto com a Bolívia na altitude superior a 4 mil metros em El Alto. O Estadão pontua a seguir três destaques e três decepções da seleção brasileira na vitória por 3 a 0 sobre o Chile e derrota para a Bolívia.

MENÇÕES HONROSAS

A vitória da seleção brasileira sobre o Chile, no Maracanã, foi a melhor atuação desde que Ancelotti assumiu o comando da equipe, para as partidas das Eliminatórias em junho. Apesar de o Brasil ter registrado sua pior campanha desde que a fase classificatória da Conmebol passou a adotar o formato atual, por pontos corridos, o técnico teve mais avaliações positivas do que negativas nos dois últimos confrontos.

Apesar do pênalti cometido contra a Bolívia, e que resultou na primeira derrota à frente da seleção brasileira, Bruno Guimarães foi exaltado pelo treinador após a vitória sobre o Chile e antes de viajar para a altitude da Bolívia. Além da atuação sólida, ele marcou o gol que selou o triunfo no Maracanã.

O mesmo vale para Luiz Henrique. De volta à seleção brasileira pela primeira vez desde sua ida ao Zenit, o atacante entrou no segundo tempo da partida contra o Chile e empolgou o torcedor no Maracanã, tendo participado diretamente dos gols de Lucas Paquetá e de Bruno Guimarães na segunda etapa.

Tanto que, após essa atuação, ele ganhou oportunidade como titular na Bolívia. Ficou abaixo, assim como o restante do elenco, mas ganha pontos positivos junto à comissão técnica.

OS 3 DESTAQUES DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE ANCELOTTI

Se na partida contra o Chile Alisson pouco foi exigido, o goleiro teve trabalho para segurar o ataque da Bolívia na última rodada das Eliminatórias. Até acertou o canto, mas não conseguiu defender a cobrança de Miguel Terceros, já nos acréscimos da primeira etapa, mas impediu a seleção brasileira de sofrer uma derrota ainda maior na altitude de El Alto.

A Bolívia explorou os chutes de longa distância, contando com a velocidade da bola na altitude, mas o goleiro brasileiro conseguiu se manter seguro nos lances com a bola rolando. Além disso, já na reta final do segundo, fez importante defesa para impedir o gol de Algarañaz, de cabeça.

Contra o Chile, além dos já citados nas menções honrosas, Estêvão e Raphinha se destacam. Primeiro, o atacante do Chelsea, ex-Palmeiras. Responsável por abrir o placar no Maracanã - gol que o transformou no segundo jogador mais jovem a marcar com a Amarelinha, atrás apenas de Pelé -, teve uma grande atuação no primeiro tempo do Maracanã.

Conseguiu trabalhar bem a bola com Wesley e encantou Ancelotti, se colocando como um dos selecionáveis para a Copa do Mundo. "Está muito bem, trabalhando bem, tranquilo, humilde. Eu vejo ele sem pressa de progredir. Vai ser um jogador importante para a equipe nacional no futuro", afirmou Ancelotti, sobre Estêvão, antes da viagem para a Bolívia.

No segundo jogo, Estêvão não começou entre os titulares. Em pouco mais de 30 minutos em campo, substituindo Luiz Henrique, conseguiu criar algumas jogadas pela ponta, mas foi prejudicado pela inefetividade do ataque e da equipe brasileira como um todo.

As mesmas premissas valem para Raphinha. O atacante do Barcelona liderou o Brasil em campo contra o Chile, sendo responsável pela finalização que resultou no rebote para o gol de Estêvão. Com intensidade, como já havia demonstrado em outras partidas da seleção nestas Eliminatórias, deixa a Data Fifa com uma visão positiva sobre si.

Na altitude, o atacante canhoto entrou no segundo tempo e, junto com Estêvão, ajudou a dar mais fôlego para a equipe, mas foi incapaz de levar a seleção brasileira ao gol.

OS 3 PONTOS NEGATIVOS DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE ANCELOTTI

Vale ressaltar que a partida contra a Bolívia surge como uma exceção na análise da seleção brasileira. No geral, além de Alisson, nenhum jogador obteve grande destaque na altitude de El Alto. Considerando as duas partidas, Richarlison, Samuel Lino e Vitinho, todos titulares contra a Bolívia, ficaram abaixo dos demais no elenco.

O atacante do Tottenham é um homem de confiança de Ancelotti, desde o período em que trabalharam juntos no Everton. Entrou no segundo tempo no Maracanã e pouco criou; na Bolívia, ainda nos 45 minutos iniciais, sofreu com os efeitos da altitude e, em diversos momentos, foi prejudicado pelo ar rarefeito.

Por isso, pouco conseguiu mostrar ao treinador nesta Data Fifa. Deixou o campo para a entrada de João Pedro, nas primeiras mexidas de Ancelotti. Ainda não conseguiu marcar com a camisa da seleção brasileira desde a Copa do Mundo do Catar, em 2022.

A estreia de Samuel Lino foi motivo de celebração no Flamengo. O atacante ganhou a chance de ser convocado depois do corte de Matheus Cunha, lesionado. Contra a Bolívia, no entanto, sofreu junto aos demais jogadores do elenco na altitude e não conseguiu mostrar suas credenciais para provar que deve voltar a ser convocado pelo italiano.

As condições extremas na Bolívia, no entanto, devem ser julgadas de acordo pela comissão técnica de Ancelotti para continuar monitorando o atacante do Flamengo ao longo desta e da próxima temporada, até o Mundial de 2026. O mesmo vale para Vitinho, que teve a responsabilidade de substituir o lesionado Wesley entre os titulares, mas não se destacou ofensivamente.

Seja pelos fatores externos à organização da equipe em campo ou pelo nervosismo de sua estreia, o lateral do Botafogo teve uma atuação contida em campo, sem conseguir explorar seu principal ponto forte, que é o apoio ofensivo pela lateral do campo. Foi substituído no início do segundo tempo, junto com Richarlison.

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